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Como desenvolver os 5 pilares da inteligência emocional e usá-los na empresa?
Por Zendesk
Última atualização em 24 Mai 2023
Saber lidar com as próprias emoções e sentimentos é cada vez mais necessário, não só para o bem-estar pessoal, mas também para a carreira. Para compreender esta habilidade cada vez mais valorizada por recrutadores de grandes empresas, um dos primeiros pontos é entender que existem cinco pilares da inteligência emocional.
Estes pilares integram o conceito, que foi amplamente difundido por Daniel Goleman, psicólogo, escritor e PhD da Universidade de Harvard. Foi ele o responsável por popularizar o termo inteligência emocional ao lançar um livro “Inteligência Emocional”, em 1995.
Neste artigo, apresentamos as definições de cada um destes pilares da inteligência emocional e passaremos também por outros tópicos como:
- o que é inteligência emocional;
- quais são os pilares da inteligência emocional;
- como desenvolver inteligência emocional;
- trabalhando com inteligência emocional.
O que é inteligência emocional?
A inteligência emocional é definida pelo psicólogo americano Peter Salovey, responsável por apresentar essa expressão ao mercado, como “a capacidade de perceber e exprimir a emoção, assimilá-la ao pensamento, compreender, raciocinar, e saber regulá-la em si próprio e nos outros”.
Vários estudos foram importantes para que se chegasse a uma definição concreta sobre o conceito de inteligência emocional.
Mais tarde, Daniel Goleman, autor que vendeu mais de 5 milhões de cópias no mundo com seu livro, disseminou o termo. A obra gerou um debate mundial sobre a série de competências e habilidades emocionais que são consideradas até mais importantes do que conhecimentos técnicos para o desenvolvimento profissional de qualquer indivíduo.
Leia também: Você sabe quais são as habilidades necessárias para oferecer um excelente atendimento ao cliente?
Benefícios da inteligência emocional
Investir no desenvolvimento da inteligência emocional oferece diversas vantagens: melhora dos relacionamentos; redução de conflitos; diminuição do estresse e da ansiedade; maior clareza nas metas; capacidade de tomada de decisão mais assertiva; aumento do comprometimento com os objetivos; maior autorresponsabilidade; e elevação da autoconfiança e autoestima.
E, tudo isso impacta diretamente a produtividade, a motivação, o engajamento e o desejo de melhoria do colaborador. O que resulta em trabalhos com melhor qualidade, na satisfação do cliente e no aumento das vendas. Ótimo, não é mesmo?
Quais são os pilares da Inteligência Emocional?
Daniel Goleman definiu cinco pilares da inteligência emocional: Autoconsciência, capacidade de analisar as emoções e prever reações; Autorregulação, com controle das emoções durante tensão; Automotivação, uso das emoções de forma adequada; Empatia, habilidade de se colocar no lugar do outro; e Habilidades Sociais, manter boas relações.
Saber o que significam os pilares da inteligência emocional é essencial para que cada indivíduo consiga desenvolver estes aspectos ao longo da vida. Vamos falar um pouco melhor sobre cada conceito?
1.Autoconsciência
Entre os pilares da inteligência emocional, talvez possamos concluir que a autoconsciência é o ponto de partida. Afinal, nada mais é do que ter autoconhecimento.
Ou seja: ser capaz de se entender, analisar suas próprias emoções e prever suas reações diante dos acontecimentos.
Ter segurança de quem você é e de como reage frente aos momentos de adversidade, o que te afeta ou não, é extremamente importante para conseguir lidar bem com os próprios sentimentos.
Existem dois tipos de autoconsciência a serem percebidos e desenvolvidos:
- autoconsciência interna: representa os valores, as paixões, os desejos, as reações e adaptação ao ambiente;
- autoconsciência externa: significa como compreendemos a visão das outras pessoas sobre nós mesmos, levando em conta a autoconsciência interna.
A autoconsciência interna gera maior satisfação na vida pessoal e profissional e facilita o relacionamento com outras pessoas. Já a externa diz sobre como alguém lida com fatores externos, envolvendo a empatia, a paciência e a escuta ativa.
Como melhorar a autoconsciência?
- tenha plena atenção ao presente e os sentimentos internos para reconhecê-los quando eles surgirem;
- entenda suas reações diante de cada tipo de situação ou da interação com determinadas pessoas;
- identificar as próprias necessidades e encontrar formas de compartilhá-las sem conflito.
2. Autorregulação
Depois de conseguir reconhecer suas próprias emoções, o indivíduo deve ser capaz de lidar com elas. Entre os pilares da inteligência emocional, este diz respeito à capacidade de conseguir controlar seus sentimentos em momentos de pressão e equilibrá-los.
É natural que emoções consideradas negativas se manifestem, especialmente em tempos de crise ou diante de situações que nos tiram da zona de conforto, como:
- raiva;
- tristeza;
- frustração;
- insegurança;
- medo;
- preocupação.
E é nestas horas que conhecer o que é inteligência emocional e tentar canalizar os sentimentos na direção certa faz a diferença, principalmente em um ambiente de trabalho. Os profissionais não precisam ter apenas habilidades técnicas, mas comportamentais também.
Isso faz a diferença na hora de identificar um talento.
3. Automotivação
É muito mais fácil sentir-se bem quando as coisas estão “todas nos eixos”, não é mesmo? Mas, a realidade é bem diferente do que imaginamos e manter-se motivado diante dos desafios não é tarefa simples.
Por isso, Goleman aponta que conseguir usar as emoções adequadamente e ser capaz de driblar obstáculos e manter-se focado em seus objetivos é um diferencial de quem possui elevada inteligência emocional.
A automotivação envolve o autoconhecimento e autorresponsabilidade. Ou seja: você precisa se conhecer para entender como se manter motivado e disciplinado e precisa se tornar protagonista da sua história.
Dicas para praticar a automotivação diária
- divida suas metas maiores em pequenas e médias partes. Assim, cada vez que concluir uma tarefa, seu cérebro entenderá como algo positivo e ajuda a aumentar a motivação diária e alcançar o objetivo;
- planeje seu dia e organize-o em volta das prioridades;
- defina um propósito e monte um plano de ação para atingi-lo;
- comemore as pequenas conquistas.
4. Empatia
Talvez a empatia esteja dentro dos pilares de inteligência emocional mais conhecidos. Basicamente, ela abrange a nossa habilidade de se colocar no lugar do outro, respeitando e acolhendo suas emoções.
É um ponto essencial para nos tornar profissionais – e pessoas – melhores. Afinal, somos seres sociáveis, que dependem de vários outros ao nosso redor, dividindo o mesmo espaço.
Portanto, quanto melhor nos conhecermos e reconhecermos quem está ao lado, melhor.
A empatia é classificada em três categorias:
- empatia cognitiva: representa a compreensão de sentimentos e pensamentos de outras pessoas;
- empatia emocional: compartilhamento dos próprios sentimentos com os outros;
- empatia compassiva: impulsiona a ajudar o outro pela conexão com seus sentimentos e pensamentos.
Logo, percebemos que a empatia é a base de um comportamento colaborativo e amigável no trabalho. Especialmente quando o líder age de forma empática com a equipe.
A liderança baseada na empatia possibilita uma maior conexão com os colaboradores e o entendimento de sentimentos e pensamentos, tornando-se mais respeitosa e transparente.
Leia também: Comunicação empática: o que é e como colocar em prática na rotina de atendimento ao cliente?
5. Habilidades Sociais
Por fim, e não menos importante: conseguir se relacionar bem. Um dos requisitos mais apontados pela ciência como indicativo de uma vida mais saudável é construir bons relacionamentos.
Saber gerenciar as emoções e ser capaz de se conectar com as pessoas de forma produtiva e harmônica é uma característica de quem tem bom nível de inteligência emocional.
No ambiente corporativo, essa habilidade é considerada um dos soft skill mais fundamentais para o trabalho em equipe. Ela é a base para a construção de uma carreira sólida.
A dica é investir em ter um bom relacionamento com si mesmo para desenvolver essa capacidade de se conectar verdadeiramente com outras pessoas.
Veja o vídeo abaixo com o próprio Daniel Goleman falando sobre o que é inteligência emocional.
Como desenvolver inteligência emocional?
Assim como costumamos treinar competências técnicas para nos tornarmos especialistas em algo, também é possível atuar para desenvolver os aspectos da inteligência emocional.
Agora que você já possui a compreensão sobre os principais pilares da inteligência emocional, vamos abordar cinco táticas para que você treine essas habilidades e obtenha benefícios na vida pessoal e profissional.
1.Questione-se
Já se perguntou sobre o que busca alcançar em sua carreira ou quais são os valores inegociáveis para você?
Como você lida com críticas e quais aspectos da sua personalidade gostaria de mudar?
Todas estas questões parecem simples, mas exigem algum tempo de reflexão para respondê-las.
Questionar-se e tirar um tempo para si mesmo é relevante para avançar no autoconhecimento e, consequentemente, ter mais inteligência emocional.
2. Observe e anote suas reações
Se você quer desenvolver aspectos da sua inteligência emocional relacionados à capacidade de gerir as próprias emoções, comece sendo espectador de si mesmo.
Perceba como reage aos momentos difíceis e, se possível, anote estas informações para rever sempre que necessário.
Lembre-se de pensar antes de agir instintivamente. Pratique este hábito de se distanciar de si mesmo por um momento antes de decidir qual caminho seguir.
É uma estratégia interessante para quem busca formas de como desenvolver a sua inteligência emocional.
3. Faça compromissos com você
Manter-se motivado nem sempre vai ser uma tarefa simples. Mas, ser capaz de traçar um plano para a própria vida e colocá-lo em prática do início ao fim é um sentimento recompensador.
Para trabalhar a automotivação, experimente traçar acordos com você mesmo.
Exercite pequenos compromissos, como beber uma quantidade específica diária de água ou conhecer um restaurante diferente toda semana, por exemplo.
São atitudes simples, mas que vão testar sua habilidade em manter a motivação para cumprir os combinados.
4. Escute mais
Só será possível desenvolver a empatia e conseguir fortalecer aspectos da inteligência emocional se você se dedicar a conhecer melhor quem está à sua volta.
Para isso, a recomendação é lembrar de tirar o foco de si mesmo e ouvir mais as outras pessoas.
Importante ressaltar que o ideal é trabalhar a empatia não somente em sua rede de conhecidos, afinal, assim é muito mais simples.
Pare para conversar com o porteiro do prédio, por exemplo. Ouça com atenção o que seu vizinho diz no elevador, enfim, gaste um pouco do tempo para se colocar por um minuto no lugar de outra pessoa e perceber como ela se sente sobre os desafios que está vivendo.
Sair do modo automático e reconhecer quem vive ao redor é essencial para “sair da bolha” e se abrir aos sentimentos de outras pessoas.
Leia também: O que é escuta ativa, qual a sua importância e como desenvolvê-la?
5. Invista em suas conexões
Construir relações saudáveis é um dos pilares da inteligência emocional e também de uma vida mais proveitosa.
Este objetivo é uma consequência do quanto o indivíduo avança em outros aspectos da inteligência emocional, como o conhecimento de suas próprias emoções e a capacidade de gerenciá-las de forma positiva.
Só é possível se conectar verdadeiramente com as pessoas estando, de fato, interessado em conhecê-las.
Já experimentou, por exemplo, saber o que seu colega de trabalho possui como hobbie? Perguntar à equipe como estão se sentindo ou entender uma causa importante para alguém que você gosta?
Saber como desenvolver a inteligência emocional é essencial para quem busca mais equilíbrio e estar atento à qualidade de suas relações é um passo primordial.
Mais dicas para desenvolver os pilares da inteligência emocional
- Tenha uma comunicação clara, transparente e objetiva;
- Aceite apoio e ofereça ajuda;
- Pense positivamente, mantendo a calma em situações de crises e conflitos;
- Não remoa o passado ou fique preso nas expectativas com o futuro;
- Evite responder quando estiver com raiva e estressado. Reconheça as emoções e saiba a hora de se retirar. Deixe para conversar com a cabeça mais fria;
- Invista no autoconhecimento e identifique seus gatilhos que desencadeiam determinadas emoções e reações indesejadas;
- Seja flexível. A vida é cheia de imprevistos e ter inteligência emocional ajuda a lidar com eles de forma mais tranquila, clara e assertiva.
Trabalhando com a inteligência emocional
Identificar as próprias emoções, saber como gerenciá-las e expressar-se de forma positiva, construindo boas relações: todos os aspectos que envolvem a inteligência emocional também são importantes quando se trata da vida profissional.
Se você não tem certeza se está trabalhando com a inteligência emocional, volte algumas linhas e releia as táticas que citamos aqui para aumentar seu “quociente emocional”.
O próprio Daniel Goleman, em 1999, lançou o livro “Trabalhando com a Inteligência Emocional”, onde analisa as relações interpessoais no ambiente corporativo e como os pilares da inteligência emocional são essenciais para crescer na carreira.
Listamos abaixo cinco exemplos sobre como a inteligência emocional é bem-vinda no trabalho e ajuda a trazer resultados melhores.
Para manter o foco nas metas
Em algumas atividades, como as da área comercial, bater metas ao final de cada mês é extremamente importante. Portanto, aqueles que possuem a automotivação bem desenvolvida certamente terão mais facilidade em persistir, mesmo diante de grandes desafios.
Podemos dizer que a inteligência emocional em vendas, por exemplo, se relaciona diretamente a este tópico.
Bom relacionamento com o público
A empatia é um diferencial de quem trabalha diretamente com o público. Trabalhar a inteligência emocional no atendimento ao cliente certamente passa por este ponto.
Afinal, o funcionário que identifica as reais necessidades de seu cliente, consegue oferecer a ele a melhor solução, produto ou experiência.
Networking
Para saber se está de fato trabalhando com a inteligência emocional, avalie como anda sua rede de contatos. Você tem a quem recorrer quando precisa de ajuda?
Se a resposta é positiva, isto demonstra que tem levado a sério o propósito de desenvolver relações construtivas.
Ser capaz de estabelecer laços saudáveis com as pessoas também é fundamental para quem quer trabalhar a inteligência emocional no atendimento ao cliente e em vendas.
Estabeleça uma relação de confiança com o seu cliente e ele provavelmente vai recorrer a você novamente quando precisar.
Gerenciar crises
Contornar momentos difíceis é uma habilidade necessária em qualquer ambiente de trabalho.
No contato com o público, especialmente, muitas vezes existem situações desconfortáveis, onde o consumidor apresenta críticas ao produto ou serviço e é preciso fazer a gestão da crise.
Por isso, ao trabalhar a inteligência emocional no atendimento ao cliente, exercer o autocontrole sobre os próprios sentimentos em uma situação adversa é essencial.
Manter a calma quando o outro lado está exaltado certamente tornará tudo mais simples de ser resolvido, além de demonstrar profissionalismo.
Explorar seus pontos fortes
Todo profissional tem pontos fortes e outros pontos a serem desenvolvidos. Mas, aqueles que conseguem identificar suas forças e explorá-las, certamente conseguem atingir resultados mais efetivos.
Trabalhar a inteligência emocional com vendas também se encaixa bem neste ponto.
O vendedor que conhece bem suas próprias qualidades e consegue colocá-las em prática na hora de disseminar seu produto ou serviço diante de um potencial cliente está mais próximo de bater as metas do que outros colegas.
Desenvolvendo os pilares inteligência emocional
Aumentar sua inteligência emocional, como pode perceber, é interessante em qualquer âmbito profissional.
Seja a inteligência emocional em vendas, seja em outras atividades, fato é que ela ajuda a se tornar uma pessoa e um funcionário melhor.
Para continuar trabalhando com inteligência emocional e tornar este tema parte do seu cotidiano, você pode buscar mais informações de diferentes formas, como, por exemplo:
- livros sobre inteligência emocional, como os do Daniel Goleman, que citamos anteriormente;
- assistir a palestras sobre o tema ou pequenos vídeos no Youtube,
- fazer testes sobre inteligência emocional para identificar em que ponto está e como pode melhorar.
Por fim, lembre-se de colocar em prática o que aprendeu e levar os pilares da inteligência emocional para suas atividades ou para a cultura da empresa.
Alie a inteligência emocional a boas ferramentas e pronto! Sem dúvida, seus resultados vão melhorar.
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